[Nota do KadettClube: Como em todas publicações automotivas, existem diversos erros no texto e itens muito mal avaliados. A matéria vale como registro.]
Esportivo nacional chegou a ter versão com injeção eletrônica e até conversível feito em parte na Europa
por JULIO CABRAL
28/05/2013 07h00
Chevrolet Kadett GS (Foto: Divulgação)
Se tempo realmente fosse patente, o Kadett teria chegado ao Brasil como general. É que o modelo (ao menos o seu nome) foi lançado em 1937 na Europa e só desembarcou por aqui em 1973 em sua quarta geração, porém com o nome de Chevette. Kadett mesmo somente em 1989, quando a sexta geração da família de médios chegou guardando pouco dos seus antecessores. Era uma época em que muitos lançamentos demoravam anos para chegar ao país e com o médio não foi diferente. Para se ter uma ideia, o modelo foi lançado em 1984 na Europa. Pode ter demorado, mas isso não diminuiu tanto o impacto da sua chegada, ainda mais na versão esportiva GS. Disponível apenas na carroceria duas portas, o hatch teve pitadas de esportividade polvilhadas pelos seus 3,98 metros. Para começar, tinha para-choques exclusivos integrados à grade, com faróis de neblina, além de capô com saídas de ar incrustadas na peça. Saias laterais, rodas aro 14 e pneus 185/60 (depois 65) eram detalhes que se somavam ao aerofólio traseiro. Afora a faixa preta ligando as lanternas frisadas. O interior seguia o missal dos demais esportivos da época: bancos Recaro envolventes, volante exclusivo (de três raios) e iluminação do quadro de instrumentos no tom vermelho. Em itens, um dos principais destaques era a oferta de computador de bordo.
O motor 2.0 8V a etanol gerava 110 cv de potência a 5.600 giros e 17,3 kgfm de torque a 3.500 rotações, tudo regido por um câmbio manual de cinco marchas. Com relação extremamente curta (que seria ampliada pouco tempo depois), o GS arrancava aos 100 km/h em 11 segundos e chegava aos 185 km/h, números que entregavam o seu peso de 1.100 kg, maior do que rivais como o Volkswagen Gol GTi e GTS. Em 1991, a injeção eletrônica tornou-se a grande novidade da linha. Com ela, a versão passou a ser GSi e o rendimento pulou para 121 cv e 17,6 kgfm, bons para 10,5 s até os 100 km/h e 190 km/h de velocidade máxima. Imaginem só se o GSi tivesse a opção 2.0 16V como na Europa, onde o modelo contava com os mesmos 150 cv que só desembarcariam aqui em 1993 com o Vectra GSi.
Se o lance era passear (e se o dinheiro estava sobrando), o Kadett GSi ainda podia vir em versão conversível a partir de 1992. Não era mais rápido, ainda mais se levarmos em consideração o tempo que levava para ser produzido. Parte da sua base era enviada para a Itália, onde na Bertone faziam o resto da carroceria que, só então, voltava ao Brasil para ser finalizada com mecânica e acabamento (o da foto é um Opel, porém quase nada mudava em relação ao brasileiro, além de emblemas, tampa do tanque e rodas). Tinha até opção de capota elétrica, afora óculo traseiro de vidro temperado. Coisa fina, mas caríssima. No início do Plano Real (1994), quando alguns valores eram cotados em dólares, o GSi convencional saia por 29 mil dólares, enquanto o conversível elevava a etiqueta de preço a 39 mil. Parece acessível pelos valores atuais, mas dava para levar cinco Corsas 1.0 para casa e sobrava troco. O GSi durou até 1996 e saiu de linha antes dos demais Kadett, que sobreviveram mais dois anos.
Opel Kadett GSi Cabrio (Foto: Divulgação)
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